O ambientalismo no poder

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Autor: Armando Soares

Origem: “O Liberal”, edição de 31.03.2011

 

A proposta da criação de “Municípios Verdes - caminhos para a sustentabilidade”, de responsabilidade técnica do Imazon, é o resultado de um processo, de uma engenharia de convencimento da mentira, que calça as ações governamentais, induz prioridades que se chocam com a realidade econômica e social do Pará e da Amazônia geográfica, ações que consolidam o domínio da economia e do território paraense pelas forças internacionais.

 

O ambientalismo nada mais é do que a renovação do capitalismo com uma nova roupagem com poder de determinar como e quando deve se realizar investimentos públicos e privados. Contudo, para obter resultados o novo capitalismo (ambientalismo) precisa varrer as estruturas econômicas e propriedades consolidadas através de um processo autofágico.

 

A estratégia usada pelo ambientalismo foi atuar no aparelho governamental e células empresariais para implantar o “ovo” (modelo) fecundado pelo ambientalismo com a finalidade de gerar um ente (leis, decretos, organismos, modelos, etc.) geneticamente estruturado para obedecer ao comando da “Nova Ordem Mundial”, que tem a propriedade de se sobrepor aos governos locais e destruir a soberania. O efeito desse processo é o travamento do desenvolvimento do Pará e o apagão do motor gerador da dinâmica econômica das células produtivas desenvolvimentistas.

 

O “Projeto de Municípios Verdes” no Pará do Governo Jatene, portanto, nada mais é do que um produto fertilizado pelo sêmen ambientalista implantado pela Imazon, a ONG especialista nessa modalidade. Lamentavelmente, o governo Jatene, considerado uma esperança para realizar uma assepsia no setor ambiental voltado para engessar a economia, recolheu a ideia do Imazon e se convenceu que o futuro do Pará está na dependência de explorar “serviços ambientais”, caminho aceito pelo aparato ambientalista, que ameaça retaliar a economia do estado se não for seguido o “catecismo” ambiental. Ceder ao ambientalismo, diante de sua nocividade, é sinal de fraqueza e de capitulação ao mando dos mais fortes. Vale lembrar a respeito do assunto, que os EUA é exemplo de um enfrentamento exemplar de amor à pátria contra o maior e mais poderoso exército e economia do mundo, o Império Britânico, iniciativa que partiu de produtores e comerciantes convencidos da necessidade de lutarem pela libertação e fortalecimento da economia americana, gesto que veio propiciar a construção da maior economia mundial, superando em muito o Império Inglês.

 

Invocar em discurso a necessidade de a Terra ter um pouco de paz livrando-se de experiências danosas do homem, daqueles que foram os responsáveis pelo progresso da humanidade, é insensatez e primarismo. Insensatez maior é fazer experiências no Pará com modelo ambientalista de resultado desconhecido, pois nunca implantando em nenhuma parte do mundo, colocando em risco todo um social e futuras gerações. Se o destino do Pará está em jogar dados para saber que direção tomar, é melhor confiar nas previsões de místicos e rezar para que no novo mapa da Terra a Amazônia e outras regiões não desapareçam tragadas pelo Oceano.

 

Estou curioso para saber de onde o governador vai buscar recursos para premiar, via ICMS ecológico, os municípios “Verdes”. Sobre cobiça e intervenção estrangeira nos negócios brasileiros considerados “bobagem” pelo governador, destaco a condecoração a Grande Cruz de Cavaleiro Comandante da Ordem do Banho, uma das mais altas condecorações britânicas recebida por FHC, por atender pressões da “Nova Ordem Mundial”, refletido na carta entregue pelo então presidente do Ibama, Eduardo Martins, ao príncipe Philip, presidente honorário do WWF, anunciando a concordância com a campanha da ONG para assegurar que pelo menos 10% da Floresta Amazônica sejam “preservados” com unidades de conservação, como do estudo da ONG Friends of the Earth Europe, chamado Da floresta para o garfo: como a pecuária, a soja e o açúcar estão destruindo as florestas do Brasil e afetando o clima. O estudo, segundo Roberto Rodrigues, teve apoio da Comissão Europeia e é um conjunto de críticas ao agronegócio nacional e propõe que a União Europeia adote medidas urgentes para reduzir a importação de ração animal e carnes do Brasil, incluindo a reforma da política agrícola do bloco; apoiar o direito de propriedade dos pequenos produtores e dos povos indígenas no Brasil; fortalecer as leis ambientais no Brasil; rejeitar o comércio de crédito de carbono das florestas, incluindo a regra de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD). Trata-se de mais uma agressão ao agronegócio brasileiro e interferência em questões de políticas internas.

 

Isso é “bobagem”? Estamos pagando para ver o fim dessa experiência.

 

Armando Soares é economista.

E-mail: teixeira.soares@uol.com.br

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