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Mostrando postagens de maio, 2011

Redivisão do Pará: menos Amazônia

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Autor: Lúcio Flávio Pinto Na semana passada, meia dúzia de deputados federais, na condição de líderes partidários, decidiram, em votação simbólica, sobre a configuração física do segundo maior Estado da federação brasileira, o Pará. Graças a uma manobra dos parlamentares paraenses, defensores do desmembramento dos 1,2 milhão de quilômetros quadrados que constituem o Pará atual, foi aprovada a realização de plebiscito sobre a criação de dois novos Estados nesse território: Carajás e Tapajós.   Os deputados Giovanni Queiroz (do PDT), Lira Maia (DEM) e Zequinha Marinho (PSC) ameaçaram obstruir a pauta da Câmara Federal se os projetos do desmembramento do Pará, que tramitam há vários anos, não fossem aprovados apenas pelos líderes, sem precisar ir ao plenário para a votação coletiva. O governo, empenhado em limpar a pauta para aprovar seus principais itens, cedeu.   Os separatistas escolheram bem o dia, uma quinta-feira, quando a maioria dos parlamentares já deixou – ou está

Um novo paradigma de desenvolvimento

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Entrevista concedida a Ivan Marsiglia, publicada no “Estado de S. Paulo, edição de 16.05.11.     Para o militante verde, que já foi chamado de "ambientalista de resultados" por seu trabalho à frente da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), nossos parlamentares deveriam trocar as machadadas em torno de itens como o tamanho das reservas legais obrigatórias, as medidas das matas ciliares ou a anistia aos produtores em situação irregular, pela discussão de um novo paradigma de desenvolvimento - que faça da conservação do "mato", historicamente indesejado no País, uma atividade rentável.   O que está em jogo nessa discussão? O que está em jogo é um paradigma de desenvolvimento. É a oportunidade de se repensar uma história equivocada de desenvolvimento, à luz de uma visão contemporânea. O que mais ilustra esse equívoco é o conceito de "mato". Para o brasileiro, floresta e mato são a mesma coisa: algo sujo e indesejável. Se eu for a sua casa e disser q

A musa da mamata

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Autor: Leandro Fortes Matéria publicada na revista “ Carta Capital ”, edição 646   Por 16 anos, entre 1995 e 2011, Mônica Alexandra da Costa Pinto arrancou suspiros pelos corredores da Assembleia Legislativa do Pará. Alta, morena, de longos cabelos lisos e corpo sempre em forma, tinha 28 anos quando foi contratada para cuidar da emissão dos contracheques dos servidores. Mas em fevereiro deste ano, a funcionária, hoje com 44 anos, revelou-se outro tipo de musa. Abandonada pelos antigos chefes e por um namorado parlamentar decidiu ir ao Ministério Público revelar detalhes de um dos maiores esquemas de corrupção registrados recentemente no País. Um esquema criminoso que, entre 2003 e 2010, pode ter desviado mais de 80 milhões de reais do Legislativo paraense.   De Monica Lewinsky, que mantinha uma relação com a pélvis do ex-presidente Bill Clinton, dos Estados Unidos, a Mônica Veloso, ex-amante do senador Renan Calheiros, não foram poucos os exemplos de mulheres abandonadas qu

Hospital Regional de Santarém: Pro-Saúde não é o que parece

Autor: Miguel Oliveira Repórter de O Estado do Tapajós   A versão difundida pelo diretor Herberth Moreshi de que está havendo pressão política para o afastamento da Pro-Saúde da administração do Hospital Regional do Baixo-Amazonas esconde, de fato, uma guerra de bastidores que vem sendo travada desde o governo Ana Júlia.   Para relembrar, a Pro-Saúde, atual gestora, foi a terceira Organização Social classificada pela licitação aberta pela Sespa, em dezembro de 2006 mas, surpreendentemente, foi habilitada após o descredenciamento da OS Maternidade do Povo, primeira colocada, e de uma OSCIP do Pará, que gerenciou o HRBA por alguns meses, até que a Sespa entronizasse a Pro Saúde naquele hospital, já no governo Ana Júlia.   De lá para cá o que se assistiu no Hospital Regional foi um festival de denúncias de superfaturamento de serviços, greve de médicos por atraso de salários, negativa de prestação de contas perante a sociedade civil e poder legislativo, bem como o retardam

MANIFESTO DA JUVENTUDE DO PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA DO MUNICÍPIO DE BELÉM CONTRA A DIVISÃO DO ESTADO DO PARÁ

As primeiras propostas de divisão do Pará datam do início do século XIX. Naquele tempo, tentou-se criar a província do Tapajós para evitar conflitos entre as províncias do Amazonas e do Grão-Pará. Desde então, foram apresentadas novas propostas ao longo dos anos que se seguiram, sem nunca conseguir sucesso.   No entanto, após o descobrimento do potencial econômico da Amazônia pelo governo central, principalmente a partir da década de 1960, o ímpeto separatista recrudesceu fortemente. Seja através da atuação de lideranças legítimas e políticos comprometidos com seu povo, seja através de oportunistas que só buscam poder pessoal, o movimento conseguiu ganhar certa notoriedade e apelo popular em algumas regiões do Estado.   Em consequência disso, foi introduzida no seio da sociedade paraense a discussão sobre a divisão do Estado. Assim, tendo em vista a aprovação no dia de ontem de um plebiscito sobre a questão, e o necessário aprofundamento do debate, a Juventude do Partido da Soc