Hospital Regional de Santarém: Pro-Saúde não é o que parece

Autor: Miguel Oliveira
Repórter de O Estado do Tapajós

 

A versão difundida pelo diretor Herberth Moreshi de que está havendo pressão política para o afastamento da Pro-Saúde da administração do Hospital Regional do Baixo-Amazonas esconde, de fato, uma guerra de bastidores que vem sendo travada desde o governo Ana Júlia.

 

Para relembrar, a Pro-Saúde, atual gestora, foi a terceira Organização Social classificada pela licitação aberta pela Sespa, em dezembro de 2006 mas, surpreendentemente, foi habilitada após o descredenciamento da OS Maternidade do Povo, primeira colocada, e de uma OSCIP do Pará, que gerenciou o HRBA por alguns meses, até que a Sespa entronizasse a Pro Saúde naquele hospital, já no governo Ana Júlia.

 

De lá para cá o que se assistiu no Hospital Regional foi um festival de denúncias de superfaturamento de serviços, greve de médicos por atraso de salários, negativa de prestação de contas perante a sociedade civil e poder legislativo, bem como o retardamento da prestação de serviços de alta complexidade, quando não a sua própria não efetivação.

 

Não se pode confundir, no bojo dessa discussão, que terceirização da administração do Hospital Regional do Baixo Amazonas seja transformada numa privatização, com o governo pagando os custos e a Pro-Saúde administrando o HRBA como se fosse um ente particular, cuja gestão esteja acima do bem e do mal. Esta semana, o HEBA fixou placas de outdoors pela cidade informando que se credenciou junto ao organismo nacional do câncer, omitindo o nome da Sespa e negando que essa conquista foi obtida pelo governo Simão Jatene. Até a logomarca do estado do Pará foi usada de forma indevida.

 

Há vários meses, noticiei mais um escândalo da Pro-Saúde, sem que a Sespa tenha tomado providências de apurar e de vir a público fazer os esclarecimentos necessários. O serviço de hemodiálise que é contratado pela Pro Saúde custa aproximadamente 750 mil reais e é executado pela firma paulista Ganso, sendo que o mesmo serviço pode ser efetuado por menos de 300 mil reais.

 

Some-se a essa farra com o dinheiro público, por exemplo, a demora na transferência de pacientes na Emergência do Hospital Municipal de Santarém para o Hospital Regional, e as cirurgias cardíacas. O HRBA dispõe de um especialista no Hospital Regional, mas que este não está podendo fazer as cirurgias cardíacas por falta de condições de trabalho.

 

Por fim é bom lembrar: o contrato da OS Pro Saúde com a Sespa está para se encerrar e esses arroubos da direção do HRBA visa, apenas, desviar o foco das atenções para que o referido contrato seja renovado. A qualquer custo.

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