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Mostrando postagens de novembro, 2011

A divisão do Pará

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Autor: José Maria Filardo Bassalo , 76 anos, Doutor em Física pela USP, professor titular aposentado do Departamento de Física da UFPA. A divisão de nosso Estado do Pará, nos estados do Pará, do Tapajós e do Carajás, está na pauta do dia, e será decidida por um plebiscito no próximo dia 11 de dezembro de 2011. Lendo alguns comentários apresentados nos jornais da terra, de políticos e de não políticos, ou mesmo em conversas particulares, vejo que a maioria (não muito significativa, no meu entender) votará no Não. Porém, segundo pesquisas recentes, também há pessoas favoráveis ao Sim. Sendo apenas um filofísico, vou analisar as duas alternativas relacionadas acima, levando em consideração apenas o interesse do povo paraense, usando nessa análise apenas o bom-senso cartesiano, que as pessoas possuem ou não. Começarei pelo Não. Os argumentos principais dessa alternativa, a corrupção política e de mais gastos públicos do Tesouro Nacional, parecem falsos, pois o controle e a diminuiç

Réplica de Adelina Braglia à Raimunda Monteiro

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A opinião da Raimundinha tem a consistência e a serenidade que, infelizmente, faltou ao discurso divisionista. Fez e fazem falta ao debate os argumentos que ela apropriadamente coloca na mesa pra discussão. E seus argumentos, que eu respeito, balizam este meu comentário a partir da citação de Lia Osório – “... mas as fronteiras são obras dos povos.” – para discordar. O Pará e seu povo jamais puderam exercer seu direito, desejo e controle sobre a expansão de suas fronteiras, sejam elas concretas ou imaginárias. Nossas fronteiras foram e continuam a nos ser impostas – ou destroçadas – pelos interesses exógenos ao nosso desenvolvimento. Dentro e fora do olho do furacão, morando em Marabá entre 1977 e 1988, vivi e senti os efeitos da construção de Tucuruí, a implantação do então Programa Grande Carajás, a ocorrência de Serra Pelada, os desdobramentos do asfaltamento da PA-150 ( que nós, ingênuos, acreditávamos que era para nós e não para a facilitação da mobilidade da CVDR!), o afogar

O tamanho do Pará

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Autor: Alex Fiúza de Mello Professor e ex-reitor da UFPA; ex-membro do Conselho Nacional de Educação e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República e atual Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Pará. Não é de hoje que se debate separatismo neste Estado. Há pelo menos 150 anos o tema tem sido alimentado por elites políticas locais, sob o argumento do abandono e do descaso do interior por parte do governo sediado em Belém. Na atual propaganda política pelo "Sim", às vésperas do plebiscito que decidirá pela divisão ou pela manutenção do atual território, a principal tese dos separatistas radica na ideia de que o Pará dividido seria mais lucrativo para todos, pois ampliaria proporcionalmente o montante dos recursos federais distribuídos pelo FPE, além de garantir melhor governança das regiões pela maior proximidade entre governos e população. No centro do debate, a hipótese de que a causa de todo o mal residiria no t

Entrevista com Marly da Silva Motta sobre o PDT

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Entrevista concedida pela historiadora Marly da Silva Motta à jornalista Luciana Nunes Leal, publicada no “Estado de S. Paulo”, edição de 20.11.2012. Entre a criação do PDT por Brizola, em 1980, e as recentes denúncias no Ministério do Trabalho, o que ainda existe do trabalhismo brasileiro? Uma das características mais interessantes da redemocratização era o que fazer com a herança trabalhista da República democrática de 1946 a 1964. Era uma herança disputada por correntes políticas que englobavam setores variados, o que, aliás, foi uma característica do trabalhismo: mantinha um perfil ideológico afinado com a esquerda, mas tinha muitos seguidores diferentes. Há interpretações e depoimentos que dizem que, ao contrário do que imaginamos, Brizola não queria o PTB. Ele queria incorporar às bandeiras tradicionais do trabalhismo - carteira de trabalho, férias remuneradas, CLT - valores mais modernos. Dar uma nova cara ao trabalhismo do PTB. Brizola se apresentou como vítima (quando pe

Ao Povo do Pará, uma decisão histórica

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Autor: Simão Jatene (PSDB) * Minhas amigas e meus amigos.O Pará vive o maior desafio da sua história recente. No plebiscito do próximo dia 11 de dezembro, cada paraense, cada homem e cada mulher, terá a responsabilidade de dizer se quer o Pará unido ou dividido em três pedaços. Como todo paraense, também estou preocupado com a votação, mas como governador tenho a obrigação, a responsabilidade, de estar particularmente atento ao que ocorrerá no dia seguinte ao plebiscito. Quais as consequências reais e os desdobramentos dessa disputa. Todos sabemos que a questão da divisão do nosso Estado não é coisa nova, à semelhança de vários projetos de divisão territorial existentes no Congresso Nacional, envolvendo estados de grandes e pequenas extensões, como Minas Gerais e Piauí, estados muito ricos e muito pobres, como São Paulo e Maranhão, entre outros. Entretanto, não se pode negar que, até o ano passado, esse assunto, em maior ou menor intensidade, se constituía discurso de alguns

Entrevista de Ophir Cavalcante Junior

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Entrevista concedida ao jornalista Carlos Mendes, pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante Junior, publicada em o “Diário do Pará”, em 15.11.2011. P: O que o senhor tem a dizer sobre a ação popular proposta por dois advogados, acusando-o de receber suposta remuneração ilegal do Estado? R: Que isso é uma retaliação em razão da atitude por mim tomada de não interferir na decisão tomada pelo Conselho Federal de fazer a intervenção na OAB do Pará. Durante o período em que me afastei desse caso (impedimento motivado pelo regulamento geral da OAB em virtude da origem do presidente ser a mesma da entidade cuja diretoria era investigada por participação na venda de um terreno da OAB de Altamira, além de fraude na assinatura do vice-presidente da seccional) recebi várias ameaças. Elas diziam que se viesse a acontecer a intervenção ou qualquer medida disciplinar contra o presidente afastado, isso teria uma repercussão pessoal para mim. Essa repercussão seria a licença remunerada

Matéria da “Folha de S. Paulo” sobre Ação Civil Pública contra Ophir Junior

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Presidente da OAB é acusado de receber R$ 1,5 mi em salário ilegal Ação pede retorno de licença remunerada paga pelo Pará por 13 anos ELVIRA LOBATO - DO RIO O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Filgueiras Cavalcante Júnior, é acusado de receber licença remunerada indevida de R$ 20 mil mensais do Estado do Pará. A ação civil pública foi proposta na semana passada por dois advogados paraenses em meio a uma crise entre a OAB nacional e a seccional do Pará, que está sob intervenção. Um dos autores da ação, Eduardo Imbiriba de Castro, é conselheiro da seccional. Segundo os acusadores, Ophir Cavalcante, que é paraense, está em licença remunerada do Estado há 13 anos - o que não seria permitido pela legislação estadual -, mas advoga para clientes privados e empresas estatais. Eles querem que Cavalcante devolva ao Estado os benefícios acumulados, que somariam cerca de R$ 1,5 milhão. Cavalcante é procurador do Estado do Pará. De acordo com os aut

Nota do Governo sobre a greve dos professores

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A propósito da manutenção da greve promovida pelo Sintepp, considerada ilegal pela Justiça, o Governo do Estado, em respeito à sociedade paraense, presta os seguintes esclarecimentos. 1. No momento em que a Justiça declara a greve ilegal e determina o retorno imediato das aulas nas escolas estaduais, o Governo do Estado, em primeiro lugar, parabeniza os professores que mantiveram-se em atividade mesmo durante o movimento, agradece àqueles que já retomaram o trabalho e conclama os demais a retornarem às aulas. 2. O Governo do Estado tem baseado sua relação com os professores no respeito, no diálogo e na compreensão da importância do papel dos mestres na construção do nosso futuro comum. Foi essa compreensão que permitiu, por exemplo, a construção conjunta das condições para a implantação do Plano de Cargos Carreiras e Remuneração (PCRR) , conquista de há muito almejada pela categoria e realizada agora em setembro. 3. O Governo sempre manteve as portas abertas aos representantes